Investigações de Krech
Certas drogras podem aumentar a capacidade de aprendizagem do organismo e outras substâncias poderão promover a capacidade do organismo reter o que foi aprendido. Contudo, David Krech argumentou que o contrário poderá também ser verdade.
Krech seleccionou doze pares de ratos gémeos e distribuiu-os aleatoriamente em dois grupos, conseguindo controlar as possíveis diferenças genéticas.
Um grupo de ratos foi criado num ambiente estimulante:
- gaiola equipada com escadas, rodas e outros brinquedos para ratos;
- todos os dias estes ratos saíam das gaiolas durante trinta minutos;
- foram treinados a executar várias tarefas de aprendizagem;
- recebiam um leque rico e variado de estímulos.
O outro grupo de ratos foi criado num ambiente de estímulos homogéneos:
- viviam sozinhos;
- viviam em gaiolas pouco iluminadas;
- raramente alguém lhes tocava;
- nunca podiam sair das gaiolas.
Apesar destas diferenças, todos os ratos recebiam a mesma alimentação.
Ao fim de cerca de três meses, todos os ratos foram sacrificados e os seus cérebros analisados morfológica e quimicamente. Os cérebros dos ratos estimulados eram química e estruturalmente diferentes dos seus irmãos. O córtex era mais volumoso, mais profundo e mais pesado nos ratos estimulados.
Foram identificados três componentes que contribuíram para o aumento no tamanho do cérebro:
- um aumento no número de células glia;
- um aumento de tamanho dos citoplasmas e do núcleo das células;
- um aumento do diâmetro dos vasis sanguíneos que abastecem o córtex.
Os cérebros também diferiam em termos químicos. Os dos animais estimulados apresentavam quantidades maiores de uma enzima que prepara as células nervosas para novas transmissões neuronais (acetilcolinesterase).
Krech demonstrou que o facto de se proporcionar uma variedade de estímulos e de respostas no início da vida destes ratos, causava mudanças químicas e estruturais nos seus cérebros e aumentava a sua capacidade para aprender e resolver problemas.